16 de abr. de 2015

Conte sua história - Wagner Fialho (Fubá)


Brasília, 08 de abril de 2015.

Olá amigos Tartarugas no Pedal,
Eu sou Wagner Fialho (fubá), alguns me conhecem no grupo, mas devido ao grande crescimento do grupo sei que a maioria não conhece, sou um dos fundadores do grupo Tartarugas no Pedal, mas como pediu meu amigo Cleiton vamos ao começo:




            Já aos 39 anos, fazia jiu-jítsu e resolvi comprar uma bicicleta para acompanhar meu irmão Ricardo Coutinho nos treinos de bike, ele estava começando também, era uma speed e achei que fosse fácil porque estava em boa forma com o jiu-jítsu, mas não foi bem assim, nosso pedal era sair do Valparaiso e ir até o antigo posto da PRF e voltar ao Valparaiso, caramba fazia isso quase morrendo, sem técnica nenhuma então acabei aos poucos desistindo de pedalar. Aos 40 anos de idade, fui acometido por duas hérnias de disco e tive que parar de treinar jiu-jítsu, assim fiquei três anos fazendo tratamento para a coluna e voltei ai sedentarismo.

            Após esse período já me sentia melhor e com vontade de praticar esporte novamente, apareceu uma oportunidade de trocar minha speed por uma mountain bike, uma M7 vermelha, troquei e achei o máximo, ráaa... agora tenho uma bike da hora e vou começar a pedalar, comecei fazendo uns giros, também sem técnica, mas já pedalava equipado com capacete, luvas, sapatilha, óculos e roupa de ciclista, arrumei uns parceiros pra pedalar, um funcionário da minha loja e o meu vizinho dono de uma bicicletaria, o Berg Fortes, então partíamos para o pedal até a pequena cachoeira “salto do calango” que fica sentido Romualdo, só eu equipado, os outros de bermuda chinelo, nosso amigo Berg nem se fala, quem diria, passava na padaria comprava uma coca-cola, uma coxinha e saía pedalando comendo e eu morria de raiva porque depois disso ele acendia um cigarro e fumava pedalando e mesmo com tudo isso, ainda pedalava melhor do que eu, que figura, ainda bem que isso é passado, hoje o cara é um atleta.

            Passado algum tempo continuei pedalando, mesmo sozinho porque os outros não podiam ir quando eu tinha folga, até que encontrei no meio do caminho um camarada chamado Gaspar, todo equipado e que morava em Valparaiso, poxa que alegria, era tudo o que eu queria, companhia para o pedal e pra minha surpresa, fui apresentado a uma galera de mais ou menos seis pessoas que faziam uns pedais à noite. Colei nos caras e saía para pedalar, ficava desesperado porque o percurso era até a floricultura do Núcleo Bandeirante e no meio do caminho os caras começavam a apostar corrida e era um “barata voa” total, aquilo me deixava muito indignado, poxa se saímos para pedalar juntos ficar sozinho pelo meio do caminho, voltando a nos encontrar só na PRF na volta não fazia sentido, descobri também que minha bicicleta era muito pesada e não era uma bike “da hora” como eu pensava, que sofrimento. Comecei então a conversar com o Gaspar sobre o fato de pedalarmos juntos e que podíamos ser um grupo de verdade e ajudar uns aos outros e que isso seria para nossa segurança, ou do contrário não faria sentido pedalar em grupo, detalhe, o Gaspar era o único que se dispunha a andar junto comigo e ia me ensinando a GIRAR e aos poucos fui pegando a manha do pedal.

            Foi crescendo a ideia de nos mantermos unidos durante o pedal e em consequência algumas pessoas que não gostavam dessa ideia, que preferiam fazer racha foram se afastando, mas estávamos dispostos a continuar a assim fizemos. Gaspar então pedalava com uma camisa com o desenho de uma tartaruga pedalando e com o nome Tartarugas no Pedal, eu perguntei de onde era esse grupo e ele me informou que havia sido criado por Robson Lobo, mas que não existia mais, pois Robson já não morava mais em Valparaiso, eu falei pra ele na hora, - amigo vamos pedir permissão e usar esse nome esse grupo não pode morrer, a ideia é excelente. Fizemos isso, a permissão foi dada e começamos a sonhar com um grupo de pedal onde o intuito fosse ensinar pessoas a pedalar, tornar viável às pessoas pedalar em grupo, dar mais segurança a quem quisesse praticar o esporte, incentivar pessoas a sair do sedentarismo e comprar uma bike para nos acompanhar.

            Fomos procurados por várias pessoas e aos poucos todos os dias surgiam novos membros, me lembro de um dia um “magrelo” que chegou com sua moto na minha loja e olhou para minha bicicleta pendurada na parede e disse que gostaria de pedalar conosco, fez um pedal à noite, gostou muito e surgiu no final de semana uma trilha pra fazer, “trilha dos tonéis”, eu falei pra tomar cuidado, essa trilha dá trabalho pra iniciante e que procurasse o Gaspar, mas o teimoso foi atrás de seguir o Berg e no meio da trilha teve monstruosas cãibras, no fim apareceu Gaspar e deu uma força para ele sair da roubada, e essa foi a primeira trilha do nosso amigo Leonardo Soares o “Léo”.

Incrível como tanta gente esperava por uma oportunidade para pegar sua bike e colocar na rua e sair pedalando pela cidade afora, rapidamente estávamos pedalando com 20, 30 pessoas em um pelotão, começaram então as trilhas, passeios aos domingos, idas ao aeroporto, ponte JK e muitos outros pedais maravilhosos.

            Bom galera, esse foi o começo e o restante da história pode ser contada por vocês, desejo que esse grupo se fortaleça sempre com amizade e respeito entre os membros, que o espírito de solidariedade sempre prevaleça.

            Bons pedais a todos, um grande abraço,



Wagner Fialho

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